Angola "tem um problema de corrupção e controla mal a lavagem de dinheiro" - Relatorio Americano

Angola "tem um problema de corrupção e controla mal a lavagem de dinheiro" - Relatorio Americano

Foto: Embaixada de Angola nos EUA(Wikipédia).

 
 
A celebração do 35º aniversário da independência de Angola foi manchada pelo congelamento, pelo Bank of America, das contas bancárias da embaixada angolana em Washington. A medida afecta outros 36 países, entre eles 16 de África.
 
Contactado por Visaonews, a embaixadora de Cabo Verde nos Estados Unidos, Fátima Veiga, disse que o país que representa não está na lista. ‘É o que nos foi garantido pelo banco com o qual trabalhamos”, informou a diplomata cabo-verdiana.
 
Em certos círculos diplomáticos na capital americana correram rumores de que tanto Cabo Verde como São Tomé e Príncipe poderiam ser afectados.
 
Em Luanda, o Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o representante o Encarregado de Negócios americano para esclarecimentos. Admite-se que a embaixadora de Angola em Washington, Josefina Pitra, venha ser chamada a Luanda para consultas numa fase considerada “difícil” nas relações entre os dois países.
 
 
A embaixada de Angola cancelou alguns eventos no programa das celebrações do 35º aniversário da independência que incluíam concertos de Yola Semedo, Kituxi, exposições de Marcela Costa e de João Macuata, “Mayembe”, feira de emprego, entre outros.
 
Segundo o “Novo Jornal (de Angola), o encerramento compulsivo de todas as contas da Embaixada, consumado na terça-feira, está a produzir danos maiores. “Impede a Embaixada e os seus funcionários, de honrarem as obrigações que têm neste mercado”, disse fonte familiar ao processo.
 
O jornal adianta que o imbróglio em que caiu a Embaixada de Angola nos Estados Unidos da América nasceu de uma investigação sobre lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo, conduzida pelo Sub-Comité Permanente de Investigação do Senado dos Estados Unidos.
 
Liderado pelo senador Carl Levin, aquele sub-comité toma a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo como ameaças à segurança dos Estados Unidos. O relatório que tornou público a 4 de Fevereiro deste ano dizia que alguns dignitários estrangeiros e respectivos familiares exploram lacunas na lei norte-americana e recorrem à assistência de alguns operadores locais para introduzirem (ilicitamente) milhões de dólares no mercado dos EUA. Na altura foram citados quatro países africanos: Angola, Nigéria, Guiné Equatorial e Guiné-Conacri.
 
 
As relações bilaterais com os Estados Unidos, que desde o fim da Guerra Fria têm sido geralmente cordiais, avançaram no ano passado quando Hillary Clinton esteve de visita a Luanda. Desde então, entidades norte-americanas têm-se esforçado por combater o grande número de casos angolanos de infecção por HIV e por melhorar os serviços de saúde.
 
Mesmo assim, em Fevereiro último, num relatório de 328 páginas, uma subcomissão senatorial de investigação, presidida por um democrata do Michigan, Carl Levin, voltou a dizer que Angola "tem um problema de corrupção e controla mal a lavagem de dinheiro", além de registar outras deficiências no seu sistema bancário.
 
 
“Para nós a corrupção é uma ameaça à nossa segurança”, disse na altura Carl Levin. Angola foi arrolada por força das dúvidas levantadas à volta de uma de transferência de 50 milhões de dólares, ordenada por Aguinaldo Jaime em 2002, na altura governador do Banco Nacional de Angola (BNA). A equipa que investigou o caso tomou a iniciativa de Aguinaldo Jaime, no mínimo, como suspeita.
 
 
Numa entrevista concedida ao Novo Jornal em Fevereiro deste ano, Aguinaldo Jaime, entre outras observações, dizia que a operação, sancionada pelo Conselho de Ministros, visava fazer face a dificuldades registadas na balança de pagamentos.
 
“A primeira opção que tentámos concretizar passava pela compra de Títulos do Tesouro norte-americano, exactamente porque são os que apresentam menos riscos – operação que foi rejeitada pelas autoridades americanas; depois tentámos abrir uma conta, em que eu era um dos signatários (a ideia era impedir que alguém movimentasse os valores de forma incógnita), para transferir uma garantia de 50 milhões de dólares – operação que também foi rejeitada” – acrescentou.
 
As duas recusas levaram o Governo de Angola a cancelar a operação, mas o incidente nem por isso parou aí. “O embaixador norte-americano e o seu conselheiro político contactaram comigo directamente, estiveram também na Cidade Alta e é muito estranho que, passados oito anos, se volte a falar de um assunto que ficou resolvido na altura”, esclareceu Aguinaldo Jaime.
 
O assunto não só não ficou resolvido como aos olhos de instituições norte-americanas conheceu um agravamento. Em Novembro de 2009, investigadores norte-americanos pediram às autoridades para que providenciassem respostas às suas preocupações. O Governo de Angola deixou passar o prazo. “O dead-line para um pronunciamento era o dia 13 de Janeiro.
 
A resposta de Angola chegou a 5 de Fevereiro, um dia depois da audiência naquele sub-comité”. Altos funcionários angolanos disseram ao Novo Jornal que o atraso no envio da explicação não invalida a boa-fé e a natureza dos argumentos.
 
Lamentam também o facto de na audiência de 4 de Fevereiro o empresário Pierre Falcone ter sido tacitamente associado ao nome de Angola. Condenado em França devido a sua intervenção numa operação de venda de armas para Angola,
 
Falcone foi citado no relatório como tendo aberto no espaço de 18 anos, mais de 30 contas no Arizona, EUA.
 
Segundo o relatório, neste período Pierre Falcone movimentou mais de 60 milhões de dólares, de origem suspeita.
 
As autoridades angolanas mostraram-se igualmente surpreendidas com o facto de o BAI ter sido levado “à conversa”. O Banco Africano de Investimento foi identificado como tendo tido acesso ao mercado norte- americano, apesar de repetidamente se ter recusado a identificar a sua estrutura accionista, e os procedimentos que adopta na luta contra lavagem de dinheiro.
 
A entrada do BAI no mercado norte-americano e as movimentações de Pierre Falcone deixaram bancos americanos em apuros.
 
O Bank of America, onde Falcone se “movimentava” foi forçado a fechar as contas do empresário francês em 2007. O HSBC, que conseguiu identificar a titularidade de 19 por cento das quotas do BAI, foi levado a cessar as operações com o banco angolano, repetindo o passo adoptado anos antes pelo então Citigroup .
 
Executivos angolanos ouvidos pelo Novo Jornal lamentam o facto de o comité ter levado à discussão questões que nunca tinha colocado ao seu Governo, tanto por escrito como verbalmente.
 
Agravamento
 
O maior choque para Angola aconteceu em Julho deste ano, um mês após a visita de Assunção de Anjos a Washington, durante a qual assinou, com Hillary Clinton, um acordo conducente à criação de uma parceria estratégica entre os dois países.
 
O HSBC confirmou por escrito informação que prestara formalmente em Maio, na qual dizia que Angola deveria encerrar as contas que tinha naquele banco. A carta, segundo apurou o Novo Jornal, dava à Embaixada de Angola três meses para encontrar um outro banco.
 
Em Setembro deste ano a missão diplomática angolana em Washington e o seu “staff” iniciaram a transferência das contas para o Bank of America, BOA, num processo que se veio a revelar efémero. Com efeito, a 25 de Outubro, a Embaixada foi notificada pelo BOA de que as suas contas seriam restringidas a 2 de Novembro, ou seja, a partir daquela data não poderiam emitir cheques e formalmente fechadas a 9, terça-feira, o que veio a acontecer.
 
A decisão do BOA deixou a Embaixada de Angola em apuros, situação agravada pelo facto de perante a investida desencadeada pelo Senado norte-americano, não estar em condições de abrir contas noutros bancos.
 
O desconforto em que se encontra resulta num “pressing” da Embaixada junto do Departamento de Estado, seu intermediário.
 
Fontes familiares ao processo disseram ao Novo Jornal que os esforços de Angola envolvem também consultas junto do Departamento do Tesouro de onde eventualmente teriam partido as instruções que os bancos americanos estão a executar. Observadores em Washington notam que a questão fundamental “é o facto de haver na América uma verdadeira separação de poderes, de tal maneira que o executivo não pode impor nada ao Congresso”.
 
Altos funcionários angolanos disseram que o contínuo arrastamento do caso pode levar o Governo a desencadear os mecanismos previstos na Convenção de Genebra.
 
Observam, entretanto, que o Governo de Angola está a reagir coma mesma cadência com que respondeu à solicitação dos investigadores norte-americanos. “Naquela altura estava em causa um pronunciamento. Hoje há muito mais do que isso em jogo”, observaram as fontes.
 
O impasse levou companhias filiadas na Câmara de Comércio Angola-Estados Unidos a escreverem ao sub-secretário de Estado para a Energia, Agricultura e Economia, Robert Hormats. A carta, assinada pela presidente da Câmara, Sola Omole, receia que o Governo de Angola, acossado com a situação em que está a Embaixada e os seus funcionários, venha a pressionar os membros dessa organização que tenham investimentos nos Estados Unidos.
 
Numa aparente insinuação relativamente ao que se passou entre Angola e a França, a Câmara de Comércio Angola – EUA sugere que uma reacção neste sentido “seria consistente com a posição adoptada já uma vez por Angola”.
 
 
Fonte: Visão News.com
 
 

Comentario

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Interessa? | 03-02-2011

Mentalidade de colonizados. Bastou o branco espirrar para virem todos a reboque. Quando ´´e que começam a perceber que isso nao passa de uma forma sorrateira de apropriamento ilicito de dinheiro alheio? Ninguem tem o direito de ensinar aos outros como deve usar o seu proprio dinheiro, salvo quando os conselhos lhe sao solicitidados.A menos que a mentalidade seja, ladrao roubar ladrao...!

Se os EUA cederem perante a Chantagem da psychopatica Gang mafio-criminosa do MLPA, entao sao filhos de Sapo

Mbindi | 22-11-2010

E consabido de que com a super Protecao do novo Padrinho das remascentes Ditaduras, a China; os criminosos governativos de Angola se sentem com o Rei na Bariga.

Podem esticar a Corda, mas nao se esquecam de que ela arebenta sempre do Lado mais fraco

Neste Romance-Duelo, sois "the weakest Link"....

No mundo, todos aqueles que quiseram enfrentar os Yankees do Uncle Sam, tiveram o que tiveram
A nao ser que se transformem numa Cuba ou Vietcongs, mas os tempos sao outros....

Nao somos so nos, os Barroes do Petroleo..
Se quiserem nos fazer vida cara, fa-lo-ao
Mesmo aqueles que quiserem quebrar "o embargo" poderao sofrer consequencias...

Esclarecam o assunto e ponto final, seus Ladores incuraveis

Ficam por ai a esbanjar 2.500.000 de USD com uma Benfica e a Ferderacao Angoana de Futebol esta a rasca de dinheiros para poder treinar pro CHAN 2011

Mas que tipo de Bandidos do MPLA temos nos a frente dos destinos deste hazarado Pais?!!!

A Concubinica filha do imperador e a presidente do Benfica de Luanda, Sabe-se la se foi ela a mopda daquela que pediu justamente a Cabeca do Joao Bptista?!!!

Andamos bem paiados

ATÉ QUANDO?

dr mandavid | 21-11-2010

um milhão de casas...
um milhão de novos postos de trabalho
um milhão de contas na suiça
um milhão de corruptos
falta mais alguma coisa?
ja me lembrei!
um milhão de anos no poder
BWÉ FIXE
TOLERANCIA UM MILHÃOOOO

Corrupção

Ex-FAPLA | 19-11-2010

Tristeza, Srs. eles são somente uma quadrilha, denominada "O Executivo" nós pacatos cidadãos não temos nada a ver com isso, esses 50k de 2002 realmete era para serem ou foram mesmo desviados, não conseguiram nos EUA, enviaram pelo Brasil, mas que o Kumbo a Bofunfa foi desviada disso nã temos duvidas. E esta reação dos Americanos era de esperar pois eles sabem o que se esta a passar (tudo) so que não vão ao confronto directo. Desta forma estarão a sancionar a gang "Executivo Angolano", indirectamente.

Dinheiro dos dirigentes Angolanos corruptos congelado nos EUA...

sunga muxima | 19-11-2010

Entao!...pensam que os Estados unidos é a casa da mae joana. Usam e abusam dos dinheiros do país sem justificaçao nenhuma, depois dizem que nao é nada, sao os outros é que nao nos gostam. sao dinheiros saídos da grande lavagem, destes novos bancos que surgem como cogumelos em pleno caçimbo.

A SAÚDE DO DÓLAR ANGOLANO

Portela Portugues | 19-11-2010

Penso que os EUA têm razão em tomar tais medidas, pelo que deverão afinar mais os mecanismos de investigação, pois parece que os dinheiros estão sendo utilizados mesmo para fins terroristas. Barack Obama, depois da cimeira da NATO, por favor dedique-se pessoalmente ao caso e prenda quem quer que seja, mesmo o José Eduardo dos Santos.

Não é o povo angoal no que sao especiais, sao os seus dirigentes corruptos.

ABC | 19-11-2010

Lugar de corrupto não devia ser na cadeia? O que fazem os dirigentes angolanos soltos, e nas engordas?Ou será que angola é mesmo afinal, um país especial como declarou o presidente da republica?

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